Os Jogos Olímpicos Rio 2016 já deram uma boa amostra do quanto a tecnologia está presente nos esportes. A equipe de remo, por exemplo, utilizou sensores nos equipamentos e nos atletas para monitorar o desempenho de cada um e do grupo. Em linhas gerais, os dados são coletados via big data e os resultados monitorados por pesquisadores da GE.
Cada equipe busca meios para superar os outras ou a si mesma nos treinamentos. Além disso, havia várias aplicações da Internet das Coisas (ou Internet of Things – IoT) em torno do evento olímpico, não necessariamente utilizadas no esporte. Os geradores de emergência em torno dos estádios, por exemplo, eram constantemente monitorados por sensores que transmitiam os dados para as centrais de controle.
E para as próximas Olimpíadas não se espera menos. Ou melhor, espera-se muito mais!
Tóquio é uma das cidades mais futuristas, complexas e sofisticadas da Terra. Possui a estação de trem mais movimentada do mundo, a estação de Shinjuku, onde 3,64 milhões de pessoas passam todos os dias. É também o local onde se encontra a torre mais alta do mundo e o sistema de transporte urbano mais movimentado do planeta.
Por essas e outras razões, espera-se que os jogos de 2020 introduzam novas funcionalidades de alta tecnologia. Confira as seis inovações de alta tecnologia que serão exibidas nos Jogos Olímpicos de Tóquio:
Uma vila de robôs:
O Japão é um dos países mais automatizados da Terra. As principais indústrias de robótica nos EUA, China, Coreia, Alemanha, França e outros países trabalham junto e também competem com os construtores de robôs no Japão. Assim, veremos um exército de robôs no Japão durante o evento. O suficiente para preencher uma pequena aldeia, que é exatamente o que o Comitê Olímpico quer fazer.
Recentemente, Asahi Shimbun, o jornal diário mais vendido no Japão, informou que uma comissão do governo está lançando um programa para instalar robôs em torno da cidade, em “uma iniciativa para uma futura sociedade universal”, onde robôs que auxiliam os seres humanos, independentemente da idade, nacionalidade ou deficiências serão comuns.
Tradutor instantâneo:
O nível de habilidade de inglês no Japão, em comparação com outras nações desenvolvidas, é baixo. O número de estrangeiros que aprenderam a falar japonês subiu rapidamente na última década, mas o idioma ainda é uma barreira cultural com a qual os turistas podem se deparar. Além disso, o nível de habilidade de inglês no Japão, em comparação com outras nações desenvolvidas, ainda é baixo.
É por isso que os japoneses estão lançando um app com tecnologia de tradução instantânea de ponta para 2020. Nomeado como VoiceTra, o software já entende 90% do conteúdo falado. Até agora, o app consegue traduzir frases em inglês, japonês, coreano e chinês. Em 2020, espera-se que ele seja capaz de fazer traduções em 10 línguas. O VoiceTra também ficará disponível para o público em computadores e telefones em locais turísticos.
Táxis autônomos
Tóquio é a maior e mais densa cidade do planeta: 13 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 12.000 por metro quadrado. Além disso, são esperados cerca de 920.000 turistas por dia durante os Jogos Olímpicos. Para conseguir dar conta de tamanha demanda, o Japão pretende colocar os táxis autônomos nas ruas até 2020, o que será um incrível teste para a tecnologia.
A DeNA, uma gigante japonesa de jogos, tem planos para o desenvolvimento do Robot Taxi, um táxi autônomo que deve se dirigir sozinho pelas ruas de Tóquio até os Jogos Olímpicos de 2020. A tarefa será difícil, visto que grandes nomes da tecnologia – Google, Apple, Uber – além de montadoras como BMW, Toyota e Mercedes, correm para ser os primeiros a colocarem um carro autônomo funcional nas ruas.
Vila Olímpica e carros movidos a hidrogênio
O Japão está se preparando para usar o elemento mais abundante no universo: o hidrogênio. De acordo com o Wall Street Journal, o governo de Tóquio planeja investir 40 bilhões de ienes (US$ 330 milhões) nos próximos cinco anos para melhorar o uso da energia de hidrogênio e assim fazer do Japão uma “Sociedade de Hidrogênio”.
A ideia é fazer toda a Vila Olímpica ser alimentada pelo combustível, junto a 100 ônibus movidos a gás hidrogênio, além de ser a principal fonte de energia para a área de imprensa e quartos de atletas. O governo também quer 6.000 carros movidos a hidrogênio nas ruas, com 100.000 nas ruas até 2025. Um enorme gasoduto será construído debaixo da terra para transferir o hidrogênio diretamente até a Vila Olímpica. Isso também faz parte do projeto japonês de buscar fontes não-nucleares de energia após o desastre de Fukushima.
Algas como fonte de combustível
Existem vários benefícios em usar algas como fonte de combustível para jatos e ônibus, e o Japão já está de olho nisso como uma atraente fonte alternativa de energia para a região de Fukushima. As algas têm um grande potencial como fonte alternativa de energia. Elas sugam dióxido de carbono e convertem em energia. São preferíveis em relação a outras fontes de energia verde que crescem na terra, como o óleo feito a partir do milho, por conseguir produzir 60 vezes mais óleo por acre e por serem relativamente simples de cultivar. Além disso, se você colocar algas próximas a instalações que cospem carbono, elas conseguem diminuir o nível das emissões nas imediações, ao mesmo tempo que convertem isso em energia usável.
O problema é que as algas são caras – um litro do material das algas custa cerca de US$ 2,50, e ele precisa estar na faixa dos US$ 0,80 para ser uma alternativa viável. No entanto, a Boeing, corporação multinacional norte-americana de desenvolvimento aeroespacial, quer ajudar o Japão a levar turistas para a ilha em jatos movidos a algas. Como parte de um consórcio com mais de 40 organizações, incluindo a Universidade de Tóquio, o governo japonês, a Japan Airlines e a All Nippon Airways, a Boeing quer oferecer aeronaves movidas a alga para essas grandes companhias aéreas japonesas ofereceram voos verdes aos milhões de turistas que devem visitar o país em 2020. O meio ambiente também agradece, visto que as algas conseguem cortar as emissões de dióxido de carbono em até 70%, em comparação com combustíveis petrolíferos.
Transmissão de TV em 8K
A TV estatal japonesa NHK planeja transmitir os Jogos Olímpicos em definição 8K. Assim como quando a TV colorida começou a se espalhar pelo mundo a partir dos anos 60, o Japão espera conseguir fazer essa nova resolução com imagens ultranítidas tornar-se o padrão para telas no mundo inteiro.
A tecnologia criada no Japão, segundo o Japan Times, oferece resolução de tela de nova geração: 7680×4320, ou 16 vezes mais pixels do que o HD atual. A NHK está na vanguarda mundial do desenvolvimento 8K, começando as pesquisas na área em 1995. Se alguém quer trazer o 8K ao mundo, definitivamente será o Japão, e eles vão mostrar do que são capazes durante a Olimpíada.
Em outubro, a japonesa Sharp vai começar a vender TVs 8K – custando a partir de US$ 130.000. Está claro que esses displays 8K de 85 polegadas não foram feitos pensando em consumidores médios – por enquanto. Até 2020, a NHK quer que essas TVs estejam nas casas dos consumidores. Talvez a demanda aumente quando os espectadores começarem a ver esportes nessa resolução.
Essas são apenas algumas das inovações tecnológicas que o Japão pretende nos apresentar durante os Jogos 2020. O objetivo é que as tecnologias emergentes mudem a forma como vivemos as Olimpíadas e talvez mudem até mesmo o mundo.
E você, o que espera dos próximos Jogos Olímpicos? Compartilhe conosco as suas expectativas!