Você sabia que mais de 2,5 quintilhões de bytes de dados são criados diariamente? Isso foi o que mostrou um levantamento da Seed Scientific, trazendo espaço para reforçar a importância do nosso tema de hoje: a governança de dados.
A coleta de dados é um grande avanço para o mercado, trazendo análises e insights importantes para diferentes setores.
Entretanto, com um volume tão alto de informações sendo gerado todos os dias, a atenção com a qualidade e a segurança deve ser redobrada.
Neste contexto, entender como gerenciar os dados, desde a coleta até o descarte, é fundamental. E aqui entra a governança.
Continue a leitura para saber mais sobre o conceito, seus benefícios e como implementá-lo no seu negócio.
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Governança de dados é o processo de definição de uma política interna de dados para a empresa, responsável por determinar padrões para a forma como são coletados, processados, armazenados e até mesmo descartados.
O objetivo é gerenciar todo o ciclo de vida dos dados, assim como ter um controle sobre quais desses dados podem ser acessados e por quem, garantindo a segurança e a privacidade necessárias.
Por isso, além dos padrões internos, a governança segue também determinações externas em relação às ações que visam a proteção de dados.
Além de garantir conformidade com a legislação brasileira, investir em proteção de dados também é um passo fundamental para trazer mais segurança à empresa.
Essa segurança ultrapassa a questão de privacidade e reflete também no combate de ameaças internas, perdas de informações importantes e a prevenção de vazamentos de dados da organização e dos clientes.
Hoje, com o grande volume de dados coletados diariamente, a proteção torna-se ainda mais importante.
Segundo a pesquisa da Seed Scientific compartilhada no início deste conteúdo, a previsão é de que o número de dados gerados diariamente no mundo chegue a 463 exabytes em 2025.
Apesar da grande quantidade, os investimentos em segurança ainda são baixos nas empresas brasileiras.
Um estudo do NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR) mostrou que apenas 41% das organizações apresentam políticas de segurança digital.
Isso significa que ainda existe uma boa parcela de empresas desprotegidas e suscetíveis a crimes de ciberataques, como roubo de dados ou vazamento de informações.
A responsabilidade por governar os dados, geralmente, fica por conta de uma equipe especializada, determinada pela própria empresa.
Para compor esse time, existem algumas designações mais comuns, como, por exemplo:
Apesar dessa divisão, é importante ter em mente que o trabalho diário envolve, na verdade, a empresa inteira ou todos os que têm acesso aos dados.
O sistema de governança de dados funciona a partir da automação, por isso não depende do manuseio de pessoas.
Na prática, a tecnologia cuida de tudo e nós, humanos, apenas supervisionamos as atividades, lembrando que apenas o pessoal autorizado e selecionado pela empresa tem acesso aos dados.
Dentre as principais funções da governança, a captura automatizada no sistema denominado ETL é uma das mais importantes.
A sigla representa as palavras Extrair, Carregar e Transformar, na tradução do termo para o português, que já revela exatamente as etapas realizadas pela automação em relação aos dados.
Apesar de complementar o gerenciamento de dados, vale destacar que a governança é um processo diferente.
Enquanto a gestão de dados cuida da implementação de ações relacionadas à coleta, armazenamento e processamento dessas informações, a governança determina quais serão essas ações, assim como quem serão os responsáveis pela qualidade e confiabilidade dos dados.
A governança de dados é uma grande aliada das empresas, tanto em relação à conformidade legislativa, quanto ao desenvolvimento do negócio como um todo.
Para entender melhor a importância desse conceito, confira uma lista com os principais benefícios da governança a seguir.
Os dados são fatores importantes para a tomada de decisões das empresas, por isso a organização e a otimização dessas informações é fundamental.
Com uma boa governança de dados, é possível acessar informações com mais agilidade, compartilhar insights, identificar novas oportunidades de negócio e integrar diferentes setores da empresa.
Um dos principais objetivos da governança de dados é aumentar a confiabilidade das informações e melhorar a qualidade dos dados.
Com uma política de dados eficaz, é possível manter apenas as informações relevantes, de maneira organizada e padronizada.
Dessa forma, existe uma centralização dos dados, o que facilita o acesso e também contribui para padronizar o fluxo de informações.
Como já sabemos, os dados devem estar muito bem protegidos com tecnologias como a criptografia e machine learning.
Ao estabelecer políticas de dados, todos seguem um padrão e é possível ter um controle maior sobre o gerenciamento das informações coletadas, processadas e compartilhadas.
Mais controle, neste caso, significa mais segurança e proteção para os dados de investidores.
A governança contribui também para as finanças da empresa, reduzindo custos ao simplificar processos diários, como o atendimento ao cliente e a análise de informações para tomada de decisões.
Essa redução de despesas é resultado do acesso mais ágil, assim como desperdícios e problemas causados por decisões tomadas com base em dados incorretos ou já ultrapassados.
Com ações determinadas e padronizadas para o gerenciamento de dados, se adequar às condições legislativas fica muito mais simples.
Isso reflete diretamente no compliance da empresa, que fica mais rápido e eficiente.
Além disso, os dados centralizados, organizados e com maior confiabilidade também facilitam as auditorias.
Governar dados é um processo importante, mas apresenta alguns desafios. Um deles está relacionado ao crescente volume de informações gerado atualmente, que já citamos aqui.
A dificuldade, neste caso, é a estruturação desses dados. Muitos deles não são estruturados ou trazem um modelo diferente dos mais antigos, por isso é necessário adaptação para entendê-los e classificá-los corretamente.
O sistema de automatização de processos ajuda muito nessa tarefa, mas ainda temos outro problema comum na governança de dados, dessa vez ligado ao pessoal.
Com as transformações necessárias para a implementação de uma boa governança, questões organizacionais podem surgir.
Para driblar esse desafio, é importante desenvolver uma sólida gestão de dados, com transparência, segurança e clareza sobre as responsabilidades de cada pessoa.
Depois de entender a importância da governança de dados, é hora de saber como implementá-la de maneira eficiente.
Confira dicas que vão ajudar na implementação a seguir.
Um dos primeiros passos é a criação de uma equipe especializada para gerenciar os dados. Esse time será responsável pela formulação das políticas de dados, manuseio das informações, garantia do cumprimento das normas e reportes à diretoria.
Contar com um grupo de profissionais focados na governança é fundamental para ter maior controle sobre as ações da empresa.
Ter uma fase de teste antes de implementar os processos de maneira oficial pode trazer insights interessantes, ajudando a encontrar possíveis falhas na metodologia escolhida.
Para isso, identifique os setores com maior quantidade de dados, considerando a capacidade de gerar resultados positivos com mais agilidade.
Antes de colocar a governança em prática, é preciso avaliar a situação atual da empresa.
Com essa avaliação, identifique o que precisa ser ajustado para que a segurança e processos de gerenciamento de dados sejam implementados de maneira eficiente.
Só depois de avaliar o cenário da empresa, monte um planejamento e defina as estratégias a serem aplicadas.
Aproveite para testar a metodologia e identificar possíveis problemas.
Os dados chegam de diferentes locais, em diferentes formas e, muitas vezes, desorganizados ou sem relevância para a empresa.
Por isso, é importante filtrar e organizar o valor das informações ao implementar a governança.
Medir os resultados é a melhor forma de analisar quais ações implementadas foram bem sucedidas e quais precisam de ajustes.
No caso da governança de dados, o ideal é manter monitoramentos mais frequentes, de preferência mensais. Análises mais completas podem ser realizadas semestralmente ou anualmente, dependendo dos seus objetivos.
A governança é um guia, que servirá como base para as estratégias, gestão de informações e até para o compliance da empresa.
Por isso, é necessário estabelecer uma estrutura para essa governança. Ela será diferente em cada organização, uma vez que considera os processos, as responsabilidades e os sistemas específicos de cada uma.
Contudo, existem alguns fatores que servem como base para definir essa estrutura. Veja o que não pode faltar nela a seguir.
Defina quais são os tipos de dados e quais são as informações de maior valor para o seu negócio.
Avalie também a qualidade desses dados, filtrando o que tem maior relevância.
Inclua informações claras sobre as funções e responsabilidades de cada um, especificando quem terá acesso aos dados.
Planeje a criação da equipe de governança e avalie a necessidade de implementar uma solução SOC (Security Operations Center).
Estabeleça uma política sólida de dados, com clareza e alinhada com os objetivos da empresa.
Para isso, defina padrões relacionados a todos os processos que envolvem as informações, desde a coleta, até o armazenamento, manuseio e descarte.
Defina os parâmetros e os KPIs (Key Performance Indicators ou Indicadores Chave de Desempenho) que serão utilizados para acompanhar os resultados, assim como especificações sobre o processo de supervisão.
Lembre-se também de determinar a frequência do monitoramento das métricas.
A migração para um sistema em nuvem é um passo fundamental para aumentar a capacidade de armazenamento de dados com segurança e sem elevar os custos da empresa.
Entretanto, o processo exige atenção a alguns pontos.
Lembre-se de buscar fornecedores confiáveis, esclareça esses pontos e certifique-se de ter suporte no processo de migração.
Criar e estruturar políticas de dados não exige, exatamente, ferramentas adicionais, mas existem inúmeras tecnologias que podem simplificar o processo e otimizar a governança.
Além do banco de dados em nuvem, confira as principais ferramentas para governança de dados:
A transformação digital deve garantir a segurança de dados, por isso a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) tem relação direta com a governança.
Criada em 2018, a lei tem como objetivo formalizar os direitos e deveres de clientes e empresas com relação à proteção de dados.
Sendo assim, a adaptação da governança de dados às determinações da LGPD é essencial para a conformidade regulatória, mas a relação entre os dois vai além disso.
Essa relação representa também um compromisso com a integridade, segurança e privacidade dos investidores e qualquer pessoa que se relacione com a empresa.
Como vimos neste artigo, a governança de dados estabelece padrões, atribui funções e delimita os acessos às informações da empresa.
Dentro desse processo, a proteção e o gerenciamento eficiente de dados são etapas fundamentais.
No conteúdo, entendemos que existe uma estrutura para a governança e conhecemos os passos necessários para implementá-la na empresa.
Fique atento a esses passos e não se esqueça de contar com um bom sistema de gerenciamento de segurança, como o da Algar.
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