O boom do IPv6: não fique para trás

Escrito por humanos

O IPv6, ou Protocolo de Internet versão 6, é um protocolo de internet da próxima geração que foi criado para substituir o protocolo de internet atual, IP versão 4. Seu crescimento já chega a mais de 9 milhões de nomes de domínio e 23% de todas as redes, de acordo com a pesquisa State of IPv6 Deployment 2017 (Estado de Implementação do IPv6 2017, em português), realizada pela Internet Society.

O Brasil está entre os dez países com o maior volume de tráfego de internet a utilizar o protocolo IPv6, segundo relatório da Akamai, que também revelou que o volume total nacional subiu de 8% para 13% em 2016, fazendo com que o Brasil saísse da 13ª posição para conquistar o 9º lugar no ranking, empatando com o Reino Unido. Na frente do Brasil, estão Bélgica (38%), Grécia (25%), Estados Unidos (22%), Suíça e Trinidad e Tobago (empatados com 21%), Alemanha (20%), Índia (17%) e Estônia (16%).

Sendo assim, não é segredo que o IPv6 tem conquistado enorme espaço. Esse protocolo permite um número muitíssimo maior de combinações em comparação com o antigo modelo IPv4. Essas combinações são números que identificam cada máquina conectada a uma rede. Enquanto o IPv4 possibilita 4,3 bilhões de endereços, o IPv6 permite 340 trilhões de trilhões de trilhões de endereços.

A 9ª posição do Brasil no ranking de países que mais utilizam o protocolo IPv6 pode ser atribuída à atuação da Anatel, que, desde 2015, vem incentivando a adoção do novo protocolo: estimulando operadoras de acesso a fornecer endereços IPv6 para consumidores e obrigando fabricantes de dispositivos conectados a implementar o suporte ao IPv6.

Maior resistência à mudança está no setor empresarial

Apesar do rápido crescimento da adoção do IPv6 no Brasil, especialistas apontam que a maior resistência à mudança vem do setor empresarial, mesmo considerando que a Internet das Coisas será uma área de ampla adoção do novo protocolo. O estudo da Internet Society mostrou que um grande empecilho à implantação do IPv6 – ou qualquer novidade neste assunto – é a base instalada.

A visão da maioria dos CIOs é a de que o IPv4 vem sendo executado nas empresas há 20 e até 30 anos e tem funcionado bem. Então, por que implantar uma novidade que pode não dar certo? Sendo assim, percebe-se que uma consideração comum entre as empresas é a de que o IPv6 não oferece benefícios extraordinários em relação ao IPv4, o que não justificaria sua substituição.

No entanto, essa é uma visão não fundamentada, já que grande parte das empresas desconhece as vantagens que o IPv6 pode trazer, sobretudo em relação ao desempenho da rede. De acordo com o Centro de Informações de Rede da Ásia-Pacífico (Asia-Pacific Network Information Centre – APNIC), o IPv6 tem um desempenho melhor que o IPv4 em muitas aplicações de Internet. E, segundo o Facebook, o IPv6 é também, em média, 15% mais rápido do que o IPv4 em redes móveis dos Estados Unidos. Essas vantagens tendem a ficar mais evidentes à medida que a implantação do IPv6 aumenta.

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Por que implantar o IPv6?

Os dois principais motivos para a implantação do IPv6 concentram-se em “poupar dinheiro e tornar a rede simples”, de acordo com a T-Mobile, empresa alemã de telefonia móvel. Porém, essa mudança requer da empresa a disposição de pensar adiante e não apenas no próximo trimestre, por exemplo. É preciso investir no curto prazo para reduzir os custos operacionais e de capital no longo prazo.

É claro que, como em qualquer mudança, há desafios. Um deles é a interação com vários firewalls quando o design exigir roteamento simétrico. Mas a solução para esse problema está no planejamento de endereços: as partes da empresa que usarem determinado firewall precisam ter endereços no intervalo que esse firewall anuncia externamente no roteamento para, assim, atrair o tráfego de retorno. Outros desafios podem estar ligados à reputação de e-mail. No entanto, segundo o relatório da Internet Society, a migração compensa o tempo investido na resolução deles.

Com a adoção do IPv6, as redes dos provedores de serviço já rodam melhor e podem acelerar as conexões. Os smartphones recentemente lançados e alguns gateways de banda larga também já são capazes de ler o novo protocolo. Outro fator que pode convencer as empresas a considerarem a adoção do IPv6 é que Google, LinkedIn, Akamai, Netflix e Facebook estão implantando o protocolo em suas redes e, consequentemente, conectando-se aos usuários do IPv6. Para o usuário final, melhora a experiência, inclusive em relação à velocidade de download.

Por onde começar?

O primeiro passo para a implantação do IPv6 é pensar sobre o hardware, o software, quais aplicativos eles têm e se são compatíveis com o protocolo. Isso quer dizer que é preciso prever um orçamento destinado à substituição de algumas dessas peças.

Feito esse inventário, a empresa deve adquirir equipamentos de TI, como computadores, tablets, telefones VoIP, impressoras e roteadores, com suporte a IPv6. A compra ou o desenvolvimento de softwares e os serviços, como conexão à Internet ou VPNs entre escritórios, também devem prever o uso do novo protocolo.

A ideia é substituir aos poucos os dispositivos mais antigos e levar a empresa para a migração até que esteja completamente apta a trabalhar com o IPv6. A mudança que se apresenta como mais urgente é a habilitação do protocolo nos serviços da empresa expostos na Internet, como o servidor web ou outros serviços como e-mail, FTP ou DNS. Ou seja, dedique-se primeiro aos serviços acessados pelos clientes e parceiros externos para evitar problemas de conectividade. O restante da rede corporativa pode seguir um cronograma de implantação mais lento, com o objetivo de concluir a migração para o IPv6 sem prejuízos. O ideal é não esperar a exigência do IPv6, mas antecipar-se para sequer sentir falta dele quando tudo estiver atualizado.

E, então, convencido a migrar sua empresa para o IPv6? Certamente, o primeiro passo é o mais complicado, mas é preciso pensar adiante e nos benefícios que essa mudança trará antes que os problemas de não se atualizar comecem a aparecer.

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