O consultor especializado em estratégias corporativas, Don Tapscott, em artigo publicado na Harvard Business Review, em maio de 2016, já antecipava o poder da tecnologia blockchain. Segundo o especialista, o impacto causado na sociedade e nos negócios com o surgimento da internet poderá ser experimentado novamente, no mundo corporativo, a partir do avanço dessa inovação.
Outras inovações, que também causaram profundas revoluções, ocorreram sem que as pessoas esperassem ou percebessem em um primeiro momento; elas simplesmente foram implementadas no dia a dia de cada um, de forma natural, no seu tempo, sem grandes alardes. Os smartphones, por exemplo, que impulsionaram a era da vasta produção de dados, só existem há uma década.
Há cerca de 10 anos, pode-se dizer que a sociedade, sobretudo nas relações corporativas, também vivencia uma profunda revolução, propiciada pela chamada blockchain. A blockchain é uma base de dados distribuídos, que mantém uma lista crescente e contínua de registros ordenados, chamados “blocos”.
De modo mais específico, essa tecnologia estabelece bases de registros e dados distribuídos e compartilhados, cuja função é criar um índice global para todas as transações que ocorrem em um determinado mercado. Funciona como um livro-razão (de contabilidade), só que de forma pública, compartilhada e universal, que cria consenso e confiança na comunicação entre todas as partes, sobre todas as informações, todos os saldos, e todas as transações das contas de cada registro transacional ou comercial, sem o intermédio de terceiros.
Como se pode prever, a blockchain é uma inovação disruptiva, que irá modificar totalmente as formas de fazer negócio, seja localmente ou globalmente. Esse conceito originou-se de um breve estudo de 2008, publicado sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto -assunto controverso, pois não se sabe ainda quem é o verdadeiro autor (ou autores) envolvido nessa publicação, intitulado “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”. Foi a partir deste primeiro estudo e da criação da rede Blockchain Bitcoin, em 2009, também atribuída a Sakamoto, que todas as inovações relacionadas a essa tecnologia puderam surgir também. Os princípios básicos que regem essa inovação são:
Com o objetivo de apresentar um panorama a respeito dessa silenciosa revolução no mundo dos negócios, lista-se, a seguir, uma breve cronologia das inovações surgidas através da tecnologia blockchain e quais são as perspectivas de mudanças a partir dessa inovação para os próximos anos.
A primeira grande inovação da blockchain foi a bitcoin, a moeda virtual mais utilizada no mundo hoje. Essa moeda digital é do tipo criptomoeda descentralizada, considerada como a responsável pelo ressurgimento do sistema bancário livre. A bitcoin permite a transação financeira sem intermediários, mas verificadas por todos os nós da rede Bitcoin peer-to-peer, que são gravadas no banco de dados blockchain. A capitalização de mercado da bitcoin atualmente oscila entre US$ 10 e 20 bilhões e é usada por milhões de pessoas para pagamentos, incluindo um mercado de remessas amplo e em expansão.
A segunda inovação foi a própria tecnologia conhecida como blockchain, que surgiu graças à percepção de que a tecnologia básica que operava a bitcoin podia ser separada da moeda e ser usada também em todas as outras formas de cooperação interorganizacional.
Os contratos inteligentes são a terceira inovação, que foi inserida na segunda geração do sistema da blockchain, intitulado Ethereum. Trata-se de um protocolo de computador autoexecutável, criado a partir da popularização das criptomoedas, cujo objetivo é reforçar a negociação ou desempenho de um contrato, proporcionando confiabilidade em transações online. Além disso, os smart contracts visam permitir que pessoas desconhecidas façam negócios de confiança entre si, pela internet, sem a necessidade de intermédio de uma autoridade central. A plataforma ethereum de smart contracts atualmente tem um mercado de capitalização de cerca de US$ 1 bilhão, com centenas de projetos direcionados ao mercado.
As atuais gerações de blockchain são protegidas pela proof of work (prova de trabalho), na qual o grupo com maior capacidade de processamento total toma as decisões da rede. A chamada proof of skate (prova de participação) é um modelo alternativo a esse primeiro protocolo, e surgiu com o objetivo de resolver o problema do alto consumo de energia da bitcoin.
A quinta maior inovação é a blockchain dimensionada, cujo objetivo é acelerar o processo de transação que, hoje, é considerado lento. Essa inovação permite prever quantos computadores são necessários para validar cada transação e distribuir o trabalho de forma eficiente, garantindo mais velocidade ao processo, sem sacrificar a segurança.
Você conhece a fundo a tecnologia blockchain e as inovações em torno dela? A sua empresa já está atenta às revoluções que essa tecnologia proporciona? Não deixe de buscar informações a esse respeito, porque as previsões são de que as mudanças atuais ainda estão em fase inicial e irão avançar muito mais. Compartilhe a sua visão sobre essas transformações na seção de comentários.
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