Nos últimos anos, muito tem se falado sobre o impacto positivo que as chamadas tecnologias emergentes podem causar na sociedade. Definidas como inovações técnicas passíveis de aplicação em diversos setores, essas tecnologias ainda não são utilizadas em larga escala, mas, de acordo com especialistas, apresentam grande potencial de crescimento para as próximas décadas e prometem transformar a vida das pessoas e também dos negócios.
De acordo com o relatório What is the life expectancy of your company?, do World Economic Forum, quase 50% das empresas listadas em 1999 na Fortune Global 500 desapareceram nos últimos dez anos. Para não entrar em estatísticas dessa natureza, é preciso que as organizações busquem na inovação uma forma de fazer com que novas práticas sejam implementadas, a fim de garantir qualidade e poder de competitividade às estratégias de atuação do negócio. Nesse sentido, as tecnologias emergentes ganham espaço e se tornam uma alternativa muito interessante no que diz respeito à criação e reestruturação de setores da economia, sendo consideradas por muitos especialistas como a chave para o futuro dos negócios.
Dentro desse universo de possibilidades que as tecnologias emergentes proporcionam, iniciativas relacionadas à Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Blockchain, Impressões 3D, Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR), carros autônomos e robôs inteligentes já demonstram o quanto as organizações de uma forma geral têm poder se beneficiar com o aumento da produtividade nesses espaços. Porém, como para qualquer tipo de nova tecnologia, os desafios de aplicação, aceitação e projeções exatas de crescimento são iminentes e também fazem parte de sua realidade.
De olho nesse cenário de desafios e adversidades, o Gartner fez um levantamento a fim de compreender como as empresas enxergam o uso das tecnologias emergentes em suas respectivas realidades. O resultado, divulgado em abril deste ano, apontou que boa parte dos 338 CEOs e executivos seniores de todo o mundo ouvidos pela consultoria classificam como muito baixas as melhorias de produtividade proporcionadas pelas tecnologias emergentes.
De acordo com os analistas do Gartner, os principais motivos dessa percepção estão ligados ao fato de muitos CEOs avaliarem o ganho de produtividade como as receitas do negócio juntamente com a certeza da existência de um futuro grande e inexplorado de oportunidades a serem aproveitadas pelas empresas em relação a essas tecnologias. Ainda segundo a consultoria, além de ser um caminho para o aumento da produtividade, esse futuro também oferece a oportunidade para que uma nova geração de profissionais de TI mais valentes e criativos seja formada.
As tecnologias emergentes e a produtividade
Quando o assunto são os benefícios das tecnologias emergentes, não há dúvidas sobre o quanto os negócios têm a ganhar com todo o desenvolvimento que as mesmas podem proporcionar. Nesse sentido, os avanços oferecidos pelo grupo de tecnologias de propósito geral, formado por Blockchain, Impressão 3D, Internet das Coisas e Inteligência Artificial, são considerados os principais impulsionadores dessa nova era que bate à porta das organizações.
Mas muitos executivos e gestores ainda não conseguem ver com clareza esse cenário. Na mesma pesquisa mencionada anteriormente, o Gartner verificou que apenas 5% do total dos 338 CEOs entrevistados mencionaram alguma dessas tecnologias emergentes como principal habilitadora para o aumento da produtividade. Enquanto isso, tecnologias mais consolidadas, como ERP, Cloud Computing e Analytics, foram melhores avaliadas e juntas somaram 24% no que diz respeito ao uso na rotina operacional dos negócios.
Logo, para que os ganhos sejam crescentes e não se resumam apenas a avanços pontuais, é necessário que CEOs e CIOs reinventem completamente os modelos operacionais utilizados atualmente. Isso porque, o apego a tecnologias tradicionais se constitui como a barreira mais forte que impede o ganho de produtividade a partir das mudanças prometidas pelas tecnologias emergentes de propósito geral.
Além disso, é preciso que novas métricas de produtividade também sejam implementadas pelos gestores e executivos. O fato de teorias da administração da era industrial, como gestão de processos dos negócios (BPM) e gestão da qualidade total (TQM), ainda fazerem parte dos processos das organizações faz com que novos conceitos que estão no centro dos negócios digitais, como experiência do cliente e entrega de valor ao usuário, sejam deixados de lado. Por isso, o CEO moderno precisa ser ousado e criativo a fim de promover a inovação na empresa de forma que ela consiga gerar os resultados esperados.
O papel da criatividade
Para que as tecnologias emergentes sejam utilizadas de modo que todo o seu potencial seja explorado, é necessária uma nova postura por parte dos CEOs e CIOs. Pensar criativamente sobre a aplicação de Internet das Coisas e Inteligência Artificial aos produtos e serviços da empresa, por exemplo, pode ser o início dessa mudança de abordagem.
Enquanto a inovação é considerada vital para a sobrevivência no mercado, a criatividade representa um caminho para adaptação às transformações decorrentes principalmente da era digital. Com a temática da produtividade no foco das discussões, ser criativo é uma possibilidade de fazer com que novas soluções, processos e políticas ligados à tecnologia digital elevem o nível de competitividade das empresas.
Assim, riscos e vantagens caminham lado a lado. Se por um lado as decisões de embarcar em uma tecnologia inovadora são arriscadas e possuem uma margem de incertezas que precisam estar mapeadas pelos gestores, por outro se manter vivo e competitivo em um cenário de negócios cada vez mais complexo sem inovar é praticamente impossível.
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E você, o que acha do uso das tecnologias emergentes nos negócios? Concorda que elas são responsáveis pelo ganho ou não de produtividade? Compartilhe conosco sua opinião nos comentários!