Six Sigma: gestão da qualidade que reduz custos

Escrito por humanos

Em um cenário de crises e incertezas, as organizações se veem obrigadas a pensar em estratégias e ações para sobreviverem e superarem o momento negativo. A equação mais comum nesses casos é equilibrar a receita, subtrair custos e somar ações que visem melhorar a eficiência nos processos organizacionais.

Esse desafio já é difícil em condições normais, devido à forte concorrência do mercado, mas com o agravante de uma crise, os obstáculos são ainda maiores. Nesse contexto, especialistas sugerem que seja aplicada a metodologia Six Sigma, cujo objetivo se concentra exatamente em reelaborar a gestão da qualidade dos processos, serviços e produtos de uma empresa, a fim de mitigar erros e reduzir custos.

Essa abordagem tem como foco a identificação das principais causas de problemas gerais da organização e na consequente eliminação de erros nos processos de trabalho em todos os níveis. Sob essa perspectiva, a busca por mais eficiência fatalmente culminará no decréscimo de custos, visto que, quanto menor forem os defeitos nas operações, também será menor o seu custeio.

Aprofundando o conceito

A abordagem denominada Six Sigma objetiva, mais especificamente, a redução da variação do valor final de um processo a uma taxa de 3,4 falhas por milhão, correspondente a 99,99966% de perfeição. Essa metodologia é reconhecida internacionalmente e bastante utilizada para identificar e implementar melhorias nos processos internos de uma empresa. Criar processos internos realmente mais eficientes, econômicos, e que garantam a qualidade do serviço prestado por uma organização pode resultar em custos de operação menores e, consequentemente, apontar para uma saída em um momento de crise.

O enfoque do método Six Sigma consiste em elevar a confiabilidade dos processos, produtos e serviços, buscando oportunidades para abaixar custos a partir de ferramentas estatísticas e de gestão da qualidade. Esse caráter quantitativo das ferramentas envolvidas no processo garante força à metodologia que, de forma precisa e efetiva, pode garantir de fato bons resultados.

Tendo esse nome inspirado no alfabeto grego (σ = letra “sigma”), sigma é também uma medida de variação utilizada em estatística. No meio corporativo, sigma refere-se à frequência com que determinada operação utiliza mais do que os recursos mínimos necessários para atender às demandas do cliente. Em outras palavras, a variável determina uma taxa de desperdício/desvio por operação. Desse modo, é possível utilizar as ferramentas estatísticas do método Six Sigma para calcular matematicamente o nível de desempenho dos processos de uma organização e chegar a um diagnóstico.

Sob essa abordagem, os sigmas representam uma escala de qualidade da empresa, na qual 1-sigma é considerado o nível mais baixo, isto é, altos índices de defeitos e grande chance de perder vendas. Na outra ponta, o nível 6-sigma representa o mais alto nível de excelência, o equivalente a apenas 3 defeitos em um milhão.

A utilização da metodologia Six Sigma consolidou-se na Motorola nos anos 1980, que aplicou a abordagem a fim de reduzir as falhas de seus produtos manufaturados. Tendo alcançado os resultados esperados, a partir dessa data, a Motorola inspirou organizações de diferentes segmentos a utilizarem também essa metodologia, resultando em estabilidade, aumento do lucro e mais satisfação dos clientes. Para se ter ideia, a aplicação do Six Sigma rendeu à General Eletric, em 1997, o maior faturamento nos 105 anos de história da empresa, que havia aplicado a metodologia 2 anos antes.

Quais as vantagens de se implementar o método Six Sigma?

Conforme comprovam os casos da Motorola, da General Eletric e de outras inúmeras empresas globais, ao longo da história, a metodologia Six Sigma realmente pode trazer resultados efetivos às organizações, resultando em um aumento dos lucros e aprimoramento dos serviços. Dentre os principais benefícios que esse método pode proporcionar, destacam-se os 10 a seguir:

  1. Melhora na eficiência dos processos internos;
  2. Redução dos custos organizacionais;
  3. Aumento significativo da qualidade e produtividade de produtos e serviços;
  4. Acréscimo e retenção de clientes;
  5. Eliminação de atividades que não agregam valor;
  6. Redução de desperdícios;
  7. Maior envolvimento das equipes de trabalho;
  8. Mudança cultural positiva para a organização;
  9. Diminuição da variação dos processos;
  10. Tomada de decisões mais assertivas a partir de dados concretos.

Ao decidir pela implementação da abordagem Six Sigma, a empresa deve traçar minuciosamente as metas desejadas e buscar seguir à risca os passos da metodologia, de acordo com os objetivos do projeto em questão. A seguir, apresentaremos as 5 etapas que definem o ciclo chamado DMAIC (Definir, Mensurar, Analisar, Incrementar e Controlar), que compõe o processo do Six Sigma:

1ª Etapa: Definir

Nesta etapa, deve-se delinear metas claras para as atividades e as melhorias desejadas. Essas metas deverão ser encaradas como os novos objetivos estratégicos da organização.

2ª Etapa: Mensurar

Em um segundo estágio, deve-se mensurar as operações da organização. Nesse sentido, antes de efetuar as melhorias de fato, é fundamental entender como ocorre cada etapa dos processos internos da empresa naquele momento. A partir desse entendimento, o gestor poderá definir métricas válidas e confiáveis para ajudar a monitorar o avanço rumo aos objetivos traçados no primeiro passo.

3ª Etapa: Analisar

Na terceira etapa, deve-se realizar uma análise do sistema da organização. A partir desse estudo, será possível identificar caminhos para eliminar a lacuna entre os números atuais e as metas definidas anteriormente. Essa análise deve se basear em dados concretos, a partir de uma análise estatística minuciosa.

4ª Etapa: Incrementar

No momento 4, é a hora de incrementar os processos internos da organização. Nesse sentido, o gestor deve melhorar as operações e não promover mudanças estruturais. Nesta etapa, é preciso pensar em soluções criativas para de fato garantir melhorias efetivas nos processos organizacionais.

5ª Etapa: Controlar

Na última etapa, subentende-se que o método já esteja em funcionamento. Portanto, com o sistema já operando com as melhorias efetuadas, o gestor e sua equipe devem trabalhar para garantir que os objetivos alcançados sejam mantidos e ampliados no longo prazo.

Como pôde-se observar, a metodologia Six Sigma, a partir de uma melhor gestão dos recursos e melhoria nos processos organizacionais, pode trazer melhores resultados, tendo força inclusive para reverter uma crise. Você já conhecia quais eram os princípios desse método? Já acompanhou empresas que adotaram o sistema Six Sigma? Compartilhe suas experiências nas seções de comentários.

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