A tecnologia está revolucionando as relações sociais, inclusive as que envolvem questões burocráticas. Prova disso é a ascensão das fintechs, startups que unem finanças e tecnologia e oferecem caminhos inovadores para as operações financeiras, que quebram as barreiras das instituições tradicionais e mudam a forma de lidar com o dinheiro.
Essa tendência promete crescer ainda mais e impactar o mundo dos negócios nos próximos anos. Um estudo feito pela Scrach sobre hábitos de consumo da geração Y, mostrou que 68% dos entrevistados acreditam que a maneira como lidamos com o dinheiro mudará completamente nos próximos cinco anos e 70% acham que as formas de pagamento também mudarão até 2020.
Com essa incursão das startups, a previsão é que as próprias instituições bancárias tradicionais se reinventem, oferecendo, além da estabilidade e confiança já comprovadas, um aprimoramento e agilidade em seus serviços. Mas, de acordo com Eduardo Diniz, pesquisador da área de tecnologia bancária e educação financeira da Fundação Getúlio Vargas, os bancos não perderão seu espaço no mercado para as fintechs: eles passarão a coexistir, visto que essa nova forma de negócio traz alternativas para os clientes, até mesmo dentro das instituições que já conhecem, uma vez que os bancos estão em busca de ações inovadoras para serem incorporadas a seus cotidianos de trabalho. No Brasil, temos como exemplo dessa revolução o InovaBRA, do Bradesco, e o Cubo, do Itaú.
Mas por que as fintechs surgiram e o que faz com que sejam tão bem aceitas? Qual o futuro desse conceito? Entenda um pouco mais sobre o assunto e veja como ele está em alta em 2016.
Quais são as razões para o sucesso das fintechs?
Em geral, as startups de serviços financeiros surgem da insatisfação de seus criadores com os processos tradicionais ligados às transações financeiras. Essas motivações foram discutidas no ano passado, durante o Innovators Summit, no qual profissionais de fintechs falaram sobre a tendência e deram algumas dicas essenciais sobre o mercado. Como usam a tecnologia nas finanças, a ideia é agilizar as operações, por meio do corte de intermediários, ou seja, tornar os processos mais instantâneos, seguindo o fluxo do nosso mundo essencialmente digital.
E não é apenas no setor financeiro que estão surgindo essas empresas, pois pode haver serviços relacionados dentro de estabelecimentos. Um exemplo é o Starbucks, que criou um sistema de pagamento com cartão e aplicativo próprios, o que reduz filas, aumenta a praticidade, além de retirar um intermediário do processo: o cliente faz tudo por conta própria. Além de ser um processo inovador, é também uma ótima saída para um mundo onde as pessoas estão sempre com pressa e isso explica o fato de as fintechs serem tão bem recebidas e aceitas pelos consumidores.
Quais os próximos passos das fintechs?
Com as incertezas em relação à economia e as revoluções causadas pelas startups, 2016 parece ser o ano do banco digital. De acordo com as expectativas de Jim Marous, um dos principais estudiosos do assunto no mundo, os bancos e as fintechs passarão a atuar em conjunto e os meios de pagamento digitais vão se expandir.
Além da aproximação das instituições financeiras com as fintechs, que irá gerar a plataformização dos serviços bancários e unir o melhor dos dois universos, esse ano haverá menos obstáculos para a jornada do cliente, uma vez que o principal objetivo e atrativo das startups é qualificar a experiência do consumidor. A tendência é de que as empresas entendam, por meio dos canais digitais e do estímulo ao engajamento, de que forma as decisões são tomadas pelos clientes e, a partir disso, criar produtos e serviços adequados às necessidades apresentadas.
Uma das formas de captar e usar o conhecimento sobre o cliente para estreitar o relacionamento é por meio da armazenagem, análise e visualização de dados sobre seus hábitos. Nas startups de finanças, a análise de dados é um diferencial competitivo, já que permite conhecer e entender seu público para oferecer as soluções do jeito que ele procura.
As estratégias devem levar em consideração o fato de que as pessoas estão conectadas em qualquer lugar, por meio de seus smartphones e, a possibilidade de resolverem problemas bancários a partir de seus celulares, com certeza será uma vantagem. Por isso, a previsão é que haja expansão dos meios de pagamentos digitais, além de uma melhor e maior exploração de novas tecnologias em prol de mais ideias e propostas inovadoras para o mercado.
Quais são as principais fintechs do Brasil?
Nada melhor que conhecer exemplos para entender como o conceito se aplica na prática. Para isso, o site CIO listou as cinco startups brasileiras de fintechs que estarão em destaque no mercado em 2016. Vale lembrar que o NuBank é um dos cases de maior sucesso nesse setor, oferecendo uma solução prática e inovadora para a realização de operações com dinheiro. Veja outros exemplos e como eles trabalham:
Stone: a proposta é ser uma operadora de cartões de crédito, autorizada pelas principais bandeiras (Visa e Mastercard) a realizar diversas transações financeiras. Seu diferencial é ter atendimento virtual e físico e buscar otimizar o processo de vendas e reduzir despesas com as máquinas tradicionais.
F (x): o objetivo é facilitar a intermediação entre empresas e financiadores. Seu sistema de funcionamento é o seguinte: os bancos cadastram-se no site e colocam informações sobre o que podem oferecer; em contrapartida, as empresas criam um perfil com informações sobre o negócio e o tipo de crédito que procuram. Um algoritmo cruza os dados e apresenta os semelhantes.
Pagar.me: o foco é fornecer infraestrutura de meios de pagamento para estabelecimentos de comércio eletrônico e transações virtuais, ajudando com as questões burocráticas e acesso a uma ferramenta que permite aumentar as taxas de conversão em até 25%.
Contabilizei: a ideia é simplificar, agilizar e baixar o preço dos processos contábeis de micro e pequenas empresas de serviço e comércio. A ferramenta automatiza as pendências comuns do dia a dia, como emissão de nota fiscal eletrônica, controle de resultados e guias online de impostos.
KiiK: a startup oferece uma plataforma que permite que o consumidor pague a conta de bares e restaurantes direto do smartphone, funcionando como uma carteira eletrônica e paga por meio de um cartão de crédito previamente cadastrado.
E você, já conhecia o conceito de fintechs? O que acha desse novo sistema de operações bancárias? Deixe seu comentário e compartilhe experiências.
[mc_newsletter]