Os diferentes modelos de negócios na área da saúde estão possibilitando o desenvolvimento de novas estratégias de gestão caracterizadas por conferir maior versatilidade e funcionalidade aos processos do setor. Considerada como uma das principais responsáveis por essas novas implementações, a TI vem proporcionando avanços que ultrapassam a barreira do processamento padrão de dados que fazem parte da rotina de funções administrativas, contábeis e recursos humanos. Agora, ela tem papel fundamental em ações que vão desde a assistência prestada ao paciente, interpretação de exames e análise e cruzamento de dados para a geração de informações acertadas para cada tipo de tratamento.
Nesse contexto de gestão da saúde, as ferramentas tecnológicas surgem como tendência para a solução de problemas que fazem parte da rotina hospitalar. Por isso, cada vez mais pesquisas têm sido desenvolvidas e iniciativas estão sendo criadas para ampliar o uso desses recursos, que tornam mais eficiente, seguro e de qualidade o funcionamento dos hospitais. Conheça a seguir três aplicações de ferramentas e tecnologias inteligentes na área da saúde.
Business Intelligence (BI)
Considerado como um conjunto de aplicações utilizadas para organizar e estruturar os dados de uma organização a fim de possibilitar análises que auxiliem na tomada de decisões inteligentes, o Business Intelligence (BI) também contribui para a implementação de uma gestão corporativa estratégica e mais eficaz.
Na área da saúde, o BI tem sua importância centrada na questão do analytics prescritivo, que permite analisar qual o impacto que uma determinada conduta pode ter na saúde dos pacientes. Assim, antes que a decisão seja tomada é possível entender se, de fato, ela é a melhor solução para o dado momento, evitando problemas futuros.
Além disso, outro ponto que merece destaque, e que já vem sendo utilizado por alguns hospitais e clínicas pelo mundo, é o uso das ferramentas de inteligência de dados no controle de todos os setores de uma instituição de saúde. Essa ação, que facilita a vida do gestor a frente do negócio, possibilita a criação de planos de ação que resolvam os mais diversos tipos de problemas de uma forma organizada e orientada a resultados.
A capacidade de memorizar, cruzar e compartilhar dados também é muito importante quando o assunto é a criação de medidas preventivas no setor de saúde. Essa capacidade pode ser aplicada na investigação e no controle dos fatores que interferem na disseminação de doenças em determinadas localidades, além de proporcionar um aumento da qualidade do atendimento oferecido aos pacientes e melhor distribuição de serviços que são importantes para regiões específicas.
Capazes de transformar incontáveis dados em informações inteligentes, as ferramentas de Business Intelligence indicam caminhos para que fatores críticos e oportunidades sejam encontrados. Além disso, elas também são capazes de identificar padrões e tendências que resultam em análises que são usadas para o estabelecimento de metas a serem seguidas para que os resultados positivos possam ser alcançados. Assim, torna-se mais fácil, viável e seguro para os gestores elaborar planejamentos estratégicos que funcionam como guias dos negócios.
Internet das Coisas (IoT)
Com o objetivo de conectar dispositivos eletrônicos à internet de modo que funcionem em conjunto de maneira ordenada e inteligente, a Internet das Coisas (IoT) é um dos grandes pilares da medicina mais tecnológica e digital. De acordo com uma pesquisa divulgada pela MarketResearch.com, a expectativa é que, até 2020, os investimentos no mercado de IoT para saúde alcancem a marca de US$117 bilhões. Nesse cenário de expansão, os dispositivos vestíveis (wearable devices) são considerados os grandes impulsionadores da aplicação desse conceito, que promete tornar mais fácil o acompanhamento de tratamentos e a comunicação entre médicos e pacientes.
Para que os projetos relacionados à Internet das Coisas sejam implementados, é necessário que tecnologia, ecossistema de IoT e ecossistema de saúde caminhem juntos dentro da estrutura corporativa hospitalar. E essa necessidade se justifica pelo fato de que a conectividade, o monitoramento e a análise das informações dos pacientes, recebidas de maneira remota, precisam de uma base que ofereça suporte a fim de garantir a eficiência das ferramentas utilizadas.
Doenças consideradas crônicas, como problemas de coração, asma e diabetes, estão entre as enfermidades que tornam a discussão em torno da saúde digital uma questão de suma importância para hospitais e operadoras de planos de saúde. À medida que as pesquisas em torno do assunto avançam, as evidências de que o acompanhamento remoto e os dados gerados por meio desse monitoramento rendem melhores resultados aos pacientes acometidos por essas doenças. Assim, os custos de consultas, internações e tratamentos emergenciais acabam caindo, o que faz com que a IoT se torne um assunto interessante para empresas e profissionais que trabalham na área. Não por acaso, os investimentos de organizações privadas do setor nos Estados Unidos passaram de US$315 milhões em 2011 para US$1 bilhão em 2015.
As inovações mais avançadas de Internet das Coisas aplicadas à saúde estão centradas em três eixos, que são: acompanhamento remoto com dispositivos vestíveis, telesaúde e incentivo à mudança de hábitos. O primeiro inclui o monitoramento remoto de pacientes e a realização de diagnósticos por meio de dispositivos vestíveis, que por sua vez conseguem monitorar a ingestão de medicamentos e medir níveis de colesterol e glicose no sangue. Já no eixo da telesaúde, os avanços permitem que as pessoas tenham acesso a consultas médicas sem a necessidade de irem até os consultórios, dando origem ao conceito de teleconsultas. Já o incentivo à mudança de hábitos é realizado por meio de plataformas digitais que orientam e auxiliam os pacientes na mudança de hábitos ruins e adoção de práticas mais saudáveis, como o controle de diabetes por meio de uma alimentação rica em nutrientes e realização de atividades físicas.
Robôs a serviço da saúde
Uma das tecnologias que mais têm promovido mudanças e avanços no setor da saúde, a robótica vem sendo usada para diversas finalidades, como a realização de cirurgias e a distribuição de medicamentos em farmácias hospitalares. Os robôs mecânicos de alta precisão, aliado aos recursos de áudio, vídeo e sensores, começaram a ser usados em cirurgias para auxiliar médicos e enfermeiros durante a realização desses procedimentos.
A cirurgia robótica, realizada pela primeira vez no Brasil em 2008, tem sua contribuição destacada principalmente em procedimentos considerados complexos, tornando-os menos invasivos e proporcionando uma recuperação mais rápida. As cirurgias para o tratamento de diverticulite, câncer de pâncreas, intestino e estômago são as intervenções mais realizadas atualmente por aparelhos robóticos no país, que conta com 15 máquinas em hospitais espalhados por São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
As farmácias hospitalares também são beneficiadas pelos processos robotizados. Nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, em São Paulo, os robôs são utilizados na separação de frascos e comprimidos em doses individuais, que chegam aos leitos em envelopes fechados, etiquetados com o nome dos pacientes e a descrição do medicamento. Com o mínimo de contato humano, esse processo de separação tem como objetivo aumentar a segurança dos pacientes, reduzir o tempo médio gasto para o atendimento dos leitos e diminuir o desperdício relativo às dosagens incorretas e o vencimento de remédios.
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