Nos últimos anos, a temática empreendedorismo passou a ser cada vez mais recorrente na vida dos brasileiros. O sonho de comandar o próprio negócio, de trabalhar em um projeto no qual realmente se acredita e a situação econômica delicada que o país enfrenta são considerados os principais motivos que levam as pessoas a empreenderem.
De acordo com a pesquisa Empreendedorismo no Brasil 2016, realizada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), 48 milhões de cidadãos, com idade entre 18 e 64 anos, estão envolvidos na criação ou manutenção de algum negócio. Ainda de acordo com o estudo, a taxa total de empreendedorismo no país no último ano foi de 36%, sendo que desse total, mais da metade dos empreendimentos (19,6%) são representados por negócios em estágio inicial.
Entre as formas possíveis de se tornar dono do próprio negócio, é possível tanto criar uma empresa do zero quanto apoiar-se na experiência de quem já tem um empreendimento no mercado. Caso opte pela segunda opção, o empreendedor pode se tornar um franqueado de uma marca ou, ainda, adquirir um contrato de licenciamento. Embora ambos ofereçam a possibilidade de utilização de uma marca já estabelecida, os dois modelos apresentam legislações distintas e diferenças marcantes relacionadas ao formato do negócio e autonomia do empreendedor.
Mas afinal, qual caminho seguir? De acordo com especialistas da área, a escolha entre abrir uma franquia ou licenciamento normalmente depende do tipo de negócio que o empreendedor deseja ter, de sua experiência no assunto e da sua ousadia em relação ao novo empreendimento.
Para entender um pouco mais sobre como funciona cada modelo, conheça a seguir as principais características de franquias e licenciamento.
As principais características do modelo de franquia
O modelo de franquia consiste em um tipo de contrato comercial entre duas empresas independentes, no qual a empresa que cede a marca é chamada de franqueador e o empreendedor que adquire os direitos do novo empreendimento torna-se conhecido como franqueado. De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2016 o setor apresentou um crescimento de 3,1% no número de franquias no país, com mais de 142 mil unidades espalhadas em todo o Brasil. Ainda segundo a pesquisa, no último ano o franchising brasileiro faturou R$151,2 bilhões, o que representa um aumento de 8,3% em relação a 2015.
Ao realizar o investimento, o franqueado recebe todo o sistema de gestão que precisará ser seguido no negócio. Isso acontece porque a unidade deve seguir todo o padrão da marca, que por sua vez oferece todo o suporte, treinamento, padrão e conhecimento para o desenvolvimento da empresa. Assim, o empreendedor aprende todos os passos que serão necessários para o sucesso do seu empreendimento, como plano arquitetônico e layout da loja, modelo de gestão de pessoas a ser aplicado aos colaboradores e ações promocionais.
Desse modo, a grande vantagem para o empreendedor em escolher o modelo de franquias diz respeito ao fato de ele estar adquirindo uma marca já consolidada no mercado, podendo assim usufruir de toda a experiência prévia que o franqueador oferece. Além disso, sempre que surgir problemas ou dúvidas, o franqueado pode solicitar suporte e recorrer à franqueadora para contar com o apoio de consultores de campo.
As principais características do modelo de licenciamento
No modelo de licenciamento, o empreendedor adquire apenas a licença para comercializar os produtos e serviços da marca indicados pelo licenciador. Desse modo, a unidade do novo negócio coordena todas as ações pertinentes ao empreendimento e a gestão fica completamente sob a responsabilidade de quem está comprando a licença de uso da marca.
A grande vantagem desse modelo é o valor mais acessível e a autonomia que o empreendedor possui de conduzir seu negócio da maneira como acredita ser melhor, sem interferências externas. Apesar disso, o ônus também é significativo, uma vez que todo o risco da operação também fica a cargo do empreendedor.
Franquia x licenciamento: principais diferenças entre os modelos
Agora que as principais características de cada um dos modelos foram apresentadas, conheça as diferenças mais relevantes existentes entre o franchising e o licenciamento:
Franquias | Licenciamento |
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Criatividade e autonomia limitadas | Completa autonomia na administração do negócio |
Pagamento de taxa de franquia para aderir à marca | Isenção de taxa de adesão à marca |
O empreendedor paga um valor pré-determinado que é destinado a um fundo de propaganda para divulgação da marca | O empreendedor é quem delimita o valor a ser gasto com publicidade local |
Transferência de know how, manuais de operação e negócio formatado | Apenas o direito de uso da marca é transferido ao empreendedor |
Contrato de maior duração e com mais obrigações entre as partes | Contrato de menor duração e com menos obrigações entre as partes |
Independente do modelo escolhido, é essencial que fique muito claro para o pequeno empresário a necessidade de cautela no processo de escolha e investimento em um novo negócio. Estudar para entender qual é o perfil de gestão e o segmento que mais se comunica com sua disponibilidade são medidas interessantes para quem deseja entrar nesse mercado.
E você, o que acha dos modelos de franquia e licenciamento? Já vivenciou experiências em algum deles? Compartilhe conosco sua opinião nos comentários!