O tempo em que idade, classe social e gênero eram considerados as principais informações para classificar o padrão de consumo na internet ficou para trás. Como as pessoas possuem personalidades próprias, tornou-se essencial conhecer mais sobre o usuário e o seu comportamento no meio digital. E é a partir dessa combinação, entre características pessoais e comportamentais, que se tornou possível traçar um perfil mais acertado do público online.
Pensando em entender esse novo comportamento agências e empresas trabalham na criação de novos conceitos que buscam classificar de maneira mais acertada os consumidores da era digital: os Perfis Digigráficos. Esse novo olhar permite entender o modo como a tecnologia influencia na vida das pessoas e como as transformações, geradas pelas constantes inovações, constroem novas formas de relacionamento com os próprios dispositivos e com o mundo que nos cerca.
Os Perfis Digigráficos
Para fugir da classificação tradicional e dos critérios que a norteiam, como dados demográficos, é que um novo olhar, criado a partir de um estudo realizado pela agência DM9, surgiu nos últimos anos. Pessoas entre 8 e 60 anos foram consultadas a partir de três questionamentos principais, que são:
- Quanto e como você utiliza a tecnologia em sua vida?
- Quais são suas intenções ao consumir produtos digitais?
- Até que ponto os recursos digitais moldam a sua identidade?
E assim, com base nesses três critérios, juntamente com perguntas tradicionais, como idade, sexo e classe social, foi desenvolvido o conceito dos Perfis Digigráficos, classificados como: Imersos, Ferramentados, Fascinados, Emparelhados e Evoluídos.
Os Imersos
Os imersos acreditam que suas crenças e noções acerca do mundo são moldadas pela tecnologia, sendo ela essencial para suas existências. Boa parte do networking e de todas as relações pessoais, afetivas das pessoas deste perfil estão centradas na vida digital, sendo isso possível graças à expansão da internet e redes sociais. Assim, para os imersos, as ferramentas digitais são mais que um utilitário, na verdade elas definem os interesses e moldam suas identidades.
Exemplo: Jovens que passam o dia online e que são ativos nas mais diversas redes sociais são o clássico exemplo de imersos. Para eles, a vida real, do mundo físico, e a online, representada pelo universo digital, se confundem em muitos momentos, sendo necessário uma maneira peculiar de comunicação com pessoas que se encaixam neste perfil.
Os Ferramentados
Os ferramentados veem a tecnologia como uma ferramenta para conseguir realizar de forma mais simples as tarefas que fazem parte de suas rotinas, porém não há uma dependência em relação ao mundo digital como acontece com os imersos. Para as pessoas deste perfil, as máquinas permitem lidar com o mundo de forma mais conveniente, tornando mais eficientes as relações interpessoais e também a comunicação na sociedade.
Exemplo: A chamada “geração x”, que vivenciou e vivencia duas realidades completamente distintas (antes e depois das transformações digitais), e conseguem absorver parte dos benefícios da tecnologia em seu dia-a-dia, exemplificam as pessoas deste perfil. Os ferramentados conseguiram se adequar da melhor forma nessa realidade e usam as ferramentas tecnológicas a seu favor.
Os Fascinados
Os fascinados sentem a necessidade de ter e consumir todas as inovações tecnológicas, e encaram isso como uma forma de mostrar para as pessoas ao seu redor que estão sempre acompanhando todas as novidades do mundo digital que surgem frequentemente. Portanto, as pessoas deste perfil gostam de ser reconhecidos como modernos e atualizados.
Exemplo: As pessoas que estão sempre por dentro de novidades relacionadas aos melhores computadores e gadgets, e que trocam de celular com frequência, por exemplo, compõem o perfil dos fascinados. Muitas vezes, mesmo sem necessidade, eles se sentem motivados a trocarem seus dispositivos por outros recém-lançados.
Os Emparelhados
Os emparelhados enxergam a tecnologia como algo que é cada dia mais necessário para a conclusão de suas tarefas e para o seu relacionamento com o mundo moderno. Assim, as pessoas deste perfil consideram as ferramentas digitais e os dispositivos tecnológicos como uma extensão do próprio corpo, ou seja, sem a presença deles tudo se torna mais difícil e burocrático.
Exemplo: Executivos e gestores de grandes empresas, por exemplo, muitas vezes se encaixam neste perfil. Isso porque, para os emparelhados a conectividade é sinônimo de eficiência e produtividade, sendo esses dois fatores determinantes na vida de pessoas que lidam com grandes negócios todos os dias.
Os Evoluídos
Os evoluídos são aquelas pessoas que já nasceram em meio a cultura digital, ou seja, a chamada “geração z”. Por estarem completamente habituadas à realidade em que vivemos, elas não conseguem imaginar o mundo antes da era digital, mostrando uma completa dependência da tecnologia e suas ferramentas.
Exemplo: As crianças que desde pequenas se relacionam com dispositivos, como celulares e tablets, e convivem desde muito cedo com o meio digital, através de jogos online, são os exemplos mais comuns de evoluídos.
Concluindo…
Essa forma diferente de classificar os consumidores digitais permite tornar mais eficiente as ações no mundo online, uma vez que cada público é entendido a partir de suas especificidades. Esse entendimento possibilita uma comunicação assertiva, visto que o valor percebido por pessoas imersas é completamente diferente dos ferramentados. Por isso, se o desejo é aumentar as vendas ou se aproximar dos clientes, traçar os Perfis Digigráficos pode ser uma ação extremamente relevante no sentido de compreender quem são e como se comportam as pessoas que se relacionam com a sua empresa.