Inovação é a palavra-chave para uma empresa crescer e perpetuar-se pela excelência. Em um meio tão competitivo e com consumidores cada vez mais exigentes, essa palavra faz muito mais sentido do que se imagina. Isso porque é preciso se diferenciar por meio de soluções, produtos e serviços que gerem valor às pessoas.
Quando o tema é inovar ou empreender, logo se pensa em um alto investimento, uma equipe grande que dedique tempo para organizar, pesquisar, projetar, planejar e delegar a execução da ação. Mas, muitas organizações têm optado por um caminho mais desafiador e com baixo custo, o que já é uma grande inovação.
Com os orçamentos cada vez mais justos, as empresas têm investido nos próprios talentos internos e apostado no intraempreendedorismo. Mas, o que é intraempreendedorismo? Você já ouviu falar dele?
O intraempreendedorismo, como o nome mesmo diz tem em sua essência as características do empreendedorismo. Mas, com um aspecto diferente: é feito por profissionais que trabalham para uma determinada empresa e não em um negócio próprio.
Empresas buscam profissionais engajados
Essa mudança vem acontecendo porque as empresas procuram cada vez mais profissionais que sejam além de competentes e inovadores, possam apresentar soluções inusitadas, com baixo custo, implementações rápidas e que gerem resultados tangíveis.
Esse perfil, que tem sido disputado tanto no mercado privado quanto público, é de um funcionário, coordenador, diretor, gestor ou gerente intraempreendedor. Ele aplica todo o conhecimento e o desejo de ser estratégico e inovador em prol da empresa em que trabalha. É o mesmo que se sentir dono do negócio.
O assessor de inovação do Grupo Algar José Mauro Floriano, explica que investir em intraempreendedorismo é promover uma cultura onde empregados possam dar soluções ou novas ideias para realizar processos de forma mais rápida e mais barata.
“Uma empresa que não tem intraempreendedorismo, sofre um pouco em atender as necessidades do mercado. Porque os empregados estão em contato com o cliente e são mais sensíveis à necessidade deles”, revela José Mauro Floriano.
Desafios
Embora pareça um caminho simples, o intraempreendedorismo esbarra em barreiras que muitas vezes já estão instaladas na própria empresa, como:
- Profissionais sem direcionamento e organização.
- Pessoas insatisfeitas com o papel que desenvolvem.
- Profissionais desgastados com baixo rendimento e salários incompatíveis.
- Processos demorados e burocráticos.
- Incapacidade de lidar com o novo ou mudanças.
Esse diagnóstico deve ser traçado por líderes e gestores engajados, que buscam sempre fazer o melhor e garantir que o colaborador esteja sempre em sintonia com os processos da empresa.
Por isso, é preciso primeiro conhecer as pessoas, saber a história delas, o momento em que elas vivem profissionalmente, identificar os pontos fortes e onde melhorar, além também de buscar nesses profissionais o desenvolvimento de um novo comportamento e novas motivações.
Uma dica importante é oferecer à equipe temas que você sabe que vão deixa-lós entusiasmados e com desejo de realizar novas ou atuais atividades. Assim, o processo de mudança torna-se menos resistente.
Outro ponto considerado importante é fazer encontros periódicos, semanais ou quinzenais, para trocar ideias, falar sobre comportamento, mercado e mudanças. Desta forma, será mais simples de alinhar as ideias e as expectativas.
Tenha maturidade
A maturidade é um dos aspectos mais importantes para o desenvolvimento de um líder, mesmo quando, depois de tentar engajar e envolver todos no processo de motivação e criação, alguém não se sente parte do projeto.
É neste momento que é preciso entender que nem todas as pessoas têm o mesmo perfil. Alguns são mais capazes de desenvolver atividades de forma isolada e com grande competência, porém não têm habilidades de “vender” sua ideia, por exemplo. Já outros, conseguem compartilhar seu conhecimento e até convencer companheiros a trabalharem no mesma ideia.
Intraempreendedorismo e a cultura da empresa
A cultura de uma empresa não é algo imposto, escrito em livros e processos que são seguidos a risca, mas sim a capacidade da equipe se identificar com a missão, visão e valores adotados dentro da organização.
O espírito empreendedor dentro de uma organização e a motivação para propagá-lo, segundo José Mauro Floriano, está totalmente relacionado à cultura da empresa, que está sempre em construção e aprimoramento.
Reconhecimento e valorização nos âmbitos pessoal e profissional são os primeiros aspectos a serem respeitados quando o assunto é intraempreendedorismo. As empresas precisam, em primeiro lugar, reconhecer as conquistas dos colaboradores, fazê-lo sentir parte da organização e estimular a satisfação com o que desenvolvem. Pessoas motivadas geram resultados surpreendentes.
“O intraempreendedor quer ser beneficiado não só com o ambiente da empresa, mas também em parte das soluções.”
Pilares do intraempreendedorismo
Para criar uma cultura empreendedora dentro da empresa é preciso respeitar os principais pilares desta habilidade. Abaixo traçamos os principais:
1 – Promover um ambiente de confiança, onde todos possam ter a liberdade de apresentar suas ideias e soluções.
2 – Ter um ambiente que não puna o erro. Que tenha certa liberdade para as pessoas errarem. É normal. O empreendedor arrisca um pouco mais.
3 – Ter um programa de Incentivo. Sempre que possível, é importante a empresa desenvolver critérios para distribuir parte dos resultados, essa prática tende à motivar mais os colaboradores, principalmente quando esse programa de remuneração está atrelado à capacidade de superar os objetivos estabelecidos.
4 – A alta administração deve reconhecer os esforços publicamente para que os outros tenham o desejo de se tornar um intraempreendedor.
Saiba como valorizar os intraempreendedores
o Usar os meios de comunicação externos e internos para divulgar.
o Oferecer prêmios em viagem, dinheiro ou algo que ele goste.
o Promover um mérito de acordo com os resultados dos projetos.
o Apresentar cases internos para outros colaboradores.
o Produzir cases externos para serem apresentados para o mercado.