Se o mercado se torna cada vez mais competitivo e dinâmico, impactando e sendo impactado pelo forte avanço tecnológico dos tempos atuais, as organizações se veem obrigadas a também praticar mudanças para continuarem vivas e relevantes. Visando se destacar no meio corporativo, as empresas precisam buscar inovações a todo momento e, a partir das ferramentas tecnológicas, transformar os aspectos tradicionais de seu funcionamento em operações mais modernas, atuais e dinâmicas.
As novas empresas, que já nascem com o status de emergentes e logo conquistam a maior parte do mercado em que atuam, não oferecem ou fabricam apenas um único produto ou serviço. Ao contrário disso, essas organizações se especializam em uma demanda específica e constroem todo um ecossistema a partir daquela necessidade primeira, a fim de agregar o máximo de valor para os seus consumidores. Esse modelo em que o valor entregue ao cliente vem em primeiro lugar, no qual todas as soluções do mercado devem ser atendidas, independentemente da complexidade da questão, é uma forte tendência atual, que deve se consolidar futuramente.
Dentro desse cenário, nascem as Plug and Play Companies, uma evolução das já conhecidas Empresas Exponenciais. Esse novo modelo de negócio, que propõe mudanças significativas em sua dinâmica organizacional, angariando resultados cada vez maiores, quebra com vários paradigmas tradicionais do mundo corporativo e coloca o valor gerado, a missão, a experiência e interação com os seus clientes em primeiro lugar. Para se ter ideia da força desse pensamento, o aprimoramento da relação com o cliente pode ser mais relevante do que simplesmente aumentar a produtividade.
Estas empresas Plug and Play, que objetivam oferecer um universo complexo de soluções a seus consumidores, buscando atender ao máximo as especificidades de suas demandas, acompanham a lógica da evolução tecnológica, em que a velocidade e o impacto causado pela grande produção de informações são aspectos fundamentais para qualquer estratégia de crescimento.
Quais as diferenças entre organizações tradicionais e as Plug and Play Companies?
Para entender melhor de que forma operam as Plug and Play Companies, vale associá-las à noção de plataforma. Isto é, a um ambiente versátil, conceitual, aberto à experimentação e à autonomia de trabalho. Steve Jobs, na Apple, foi um dos primeiros a implementar aspectos desse novo conceito organizacional, ao integrar computadores, celulares e tablets a pontos de contato próprios de distribuição, online e offline.
A Red Bull, por exemplo, também se transformou drasticamente. Bem longe dos modelos tradicionais de negócio, a empresa pode ser vista hoje como uma plataforma de estilo de vida, que integra diversos seguidores que podem ser associados a termos como “energia”, “adrenalina”, “velocidade”, “aventura” etc. A Red Bull construiu um gigantesco universo dentro de seu próprio conceito. A empresa tem negócios no automobilismo, por exemplo, com uma equipe da Fórmula 1, além do maior time de futebol da Àustria, o Red Bull Salzburg. A marca Red Bull está atrelada a esportes radicais e a atletas de alta performance e os seus negócios são extremamente diversificados e ao mesmo tempo integrados. Nesse contexto, alguém pode se perguntar onde ficam as latinhas de energético? E a resposta é simples: dentro desse ecossistema.
Enquanto as empresas tradicionais operam de modo linear, com uma quantidade limitada de recursos, as Plug and Play Companies trabalham com um modelo de negócio escalável. Isto é, que pode ser reproduzido e ampliado repetidamente. Também em oposição às companhias tradicionais, essas empresas já nascem (ou se adaptam) sob uma cultura de descentralização de poder, sem hierarquias rígidas, estando abertas às novidades, às experimentações e à autonomia de seus colaboradores.
Os modelos criados pelas empresas Plug and Play são capazes de integrar toda a cadeia de valor em si mesmas, tornando-a assim, parte de suas próprias operações. Elas apostam alto e, ao invés de romperem com seus modelos de negócio para inovarem, elas inovam criando um mundo a partir de sua própria identidade.
O que implica o surgimento dessas organizações Plug and Play?
Mudanças no cenário corporativo e nas próprias empresas são situações extremamente complexas, já que essa transformação pode envolver processos, práticas, técnicas, estrutura e até mesmo a própria cultura da organização. Nesse sentido, é essencial ficar atento às tendências do mercado, fazer previsões dos modelos de negócios futuros e se preparar para uma mudança gradativa, bem planejada e que traga resultados efetivos.
Tendo isso em vista, pode-se afirmar que o surgimento e o sucesso evidente das empresas Plug and Play estão causando fortes impactos na organização do mundo empresarial em geral. A noção tradicional de negócio está perdendo forças e a nova ideia de que uma empresa pode ser uma plataforma envolvida por várias camadas, produtos, serviços, canais de distribuição, dentre outros aspectos, atrai cada vez mais um mercado consumidor sedento por esse tipo de transformação, que deseja mergulhar em conceitos inovadores, envoltos de valores reais.
Estas companhias são organismos vivos e dinâmicos e, com certeza, já estão promovendo mudanças significativas na maneira de se conceber o ambiente corporativo. Essa tendência certamente será ainda maior no futuro, quando as organizações precisarão se adaptar constantemente às mudanças, seja modificando as suas estruturas, descentralizando a sua gestão e garantindo autonomia a seus colaboradores, ou seja, incorporando inovações a seu próprio perfil de empresa, expandindo o seu universo de negócios em um ecossistema integrado e oferecendo valor e soluções completas a seus consumidores.
Sabendo como pensam e operam as Plug and Play Companies, você pretende implementar alguma das inovações mencionadas neste artigo em sua empresa? Já aplica na prática algum dos aspectos conceituais das Plug and Play Companies? Considera essa novidade o futuro dos modelos organizacionais? Exponha as suas impressões sobre o assunto na seção de comentários.