Conceito altamente difundido no meio corporativo hoje, a transformação digital engloba o uso da tecnologia para melhorar o desempenho das empresas, atendendo às demandas do consumidor e, por consequência, garantindo resultados mais efetivos. A partir dessa transformação, dos modelos tradicionais de negócios para negócios digitais, as empresas ampliam seu poder de fogo e passam a atingir seus clientes de forma mais abrangente na rede, além de se equiparem para melhor atendê-los.
Internamente às organizações, além do investimento maciço no setor de TI, a transformação digital se dá a partir de tecnologias como Cloud Computing, Business Intelligence, Internet das Coisas, Big Data, Inteligência Artificial, que possibilitam com que as empresas façam pesquisas mais apuradas, prevejam possíveis resultados, acompanhem em tempo real a percepção de seus compradores, analisem hábitos de consumo de seus clientes, antecipem as mudanças do mercado etc.
Nesse contexto, o próprio consumidor é um agente de mudança, na medida em que ele está cada vez mais empoderado e mais paramentado de opções para melhores experiências de consumo. Hoje, por exemplo, as pessoas com acesso a dispositivos móveis podem solicitar um táxi, pedir uma pizza, comprar um ingresso para um show, fazer transações bancárias, adquirir pacotes detalhados de viagem, obter a segunda via de uma conta, dentre outras infinidades de ações, a partir de poucos cliques.
Diante desse cenário, de forma natural, consumidores, empreendedores, executivos e gestores também estão acompanhando essa transformação, mudando radicalmente os seus comportamentos. Do lado do cliente, a partir das novas experiências de consumo; do lado dos gestores, a partir da necessidade de inovação imposta a seus negócios.
Esse ambiente de profunda transformação está forçando negócios tradicionais a se digitalizarem. Até mesmo empresas menores, como as que surgem no formato de startups, começam a abocanhar grandes fatias do mercado, antes dominadas majoritariamente pelas grandes empresas de tradição. Esse fenômeno se dá, justamente por essas empresas menores, mas totalmente digitais, se conectarem mais proximamente a seus consumidores, promovendo inovações, de forma veloz, a fim de impactar os seus clientes diretos e, por conseguinte, atingir também novos compradores.
Os negócios tradicionais que ainda resistem à mudança, provavelmente estão sofrendo com a forte concorrência, que se apresenta, cada vez mais, global e digitalmente. Nesse sentido, as médias e grandes empresas, com anos no mercado, precisam se reinventar de alguma forma, e isso pode ocorrer por dois caminhos: a partir da migração total para o formato digital, ou pela implementação de inovações digitais que complementem o modelo de negócio tradicional.
Independentemente de seguir um desses dois caminhos, romper com paradigmas tradicionais não é mais uma opção, é uma necessidade às empresas. Tendo isso em vista, a seguir, lista-se 4 segmentos de negócios tradicionais que precisaram se adaptar e passaram a adotar o digital para atender às novas demandas do mercado.
1 – Rede de bancos
Já faz algum tempo que o contato entre correntistas e bancos é feito por meio de inovações advindas da revolução digital. A transformação de comportamento dos clientes, a entrada de novos players no mercado, a pressão por redução de custos e novidades na regulação têm levado alguns dos maiores bancos do mercado a apostar em um relacionamento 100% online.
Ações como a migração de correntistas para plataformas onde todas as interações são digitais representam apenas uma parte da transformação pela qual muitos bancos tradicionais têm passado. Outras inovações também merecem destaque, como é o caso de bancos que agora estão oferecendo a possibilidade de abertura de conta, em poucos minutos, através de aplicativos para smartphones. Além disso, já existem alguns bancos que oferecem a seus clientes a opção de relacionamento com gerentes por e-mail, telefone, SMS, videoconferência, em um horário mais flexível do que o convencional, a saber, das 8h às 22h.
2 – Setor hoteleiro
Outro segmento que também está se adaptando às novas demandas do mercado digital é o de hotelaria. Hoje em dia, o consumidor que pretende fazer uma viagem quer a comodidade de poder resolver todas as questões burocráticas, como translado e hospedagem, de forma veloz e por meio de seu aparelho celular.
Tendo isso em vista, alguns hotéis já migraram parte de seus serviços para o modelo digital. Empresas de hotelaria buscam, cada vez mais, investir em eficiência operacional, focando na experiência do hóspede desde o momento da reserva até a sua estadia.
Além da conhecida facilidade de fazer check in e check out via mobile, alguns hotéis já contam com aplicativos que permitem com que hóspedes resolvam questões práticas de sua hospedagem com poucos cliques: desde solicitar uma toalha à recepção do hotel até pedir o conserto de um chuveiro, por exemplo.
3 – Empresas de táxi
Com o boom dos aplicativos que conectam usuários a motoristas que trabalham de forma autônoma em seus carros particulares, como é o caso do Uber, as grandes redes de táxi estão sendo forçadas a mudarem também seus modelos de negócios.
O serviço prestado por meio de aplicativos como o Uber, geralmente, oferece melhor preço e praticidade aos clientes, dois pontos que causam bastante impacto ao consumidor. Por isso, empresas tradicionais de táxi têm despendido esforços para se equipararem e superarem esse novo modelo, também a partir de soluções digitais.
Desse modo, algumas poucas empresas de táxi já migraram parte de seus negócios para o modelo de motoristas autônomos, e também têm utilizado aplicativos como canal de comunicação com o cliente. Além disso, essas empresas buscam, ainda, oferecer cupons de desconto para novos usuários e outras formas de baratear as corridas, como o caso de táxis compartilhados, em que um motorista, de acordo com o cruzamento de dados no aplicativo, busca mais de uma pessoa que fará o mesmo trajeto.
4 – Setor varejista
Empresas varejistas de vários segmentos também estão sendo forçadas a se adaptarem à realidade digital. Hoje em dia, os consumidores têm na tela de seus computadores e smartphones, uma enorme vitrine de produtos de variadas lojas, que concorrem entre si em preço e qualidade de atendimento.
Na questão do preço, lojas de varejo que fazem o controle automatizado de seus estoques conseguem economizar em diversos processos, além de, a partir do investimentos em tecnologia, criar soluções para uma produtividade mais rápida, ações que permitem com que os produtos finais sejam vendidos por preços bem menores se comparados com os concorrentes tradicionais.
Visando um melhor atendimento, as redes varejistas tradicionais têm oferecido também a opção de compra através do eCommerce e, além disso, contam com profissionais de TI especializados em monitorar e analisar as preferências de seus clientes para que, a partir dessas informações, sugiram novos produtos a seus interlocutores online, de acordo com seus hábitos de compra.
É notório que, em virtude dos impactos causados pelo avanço tecnológico em nossa sociedade, muitas empresas tradicionais têm migrado totalmente, ou parte de seus negócios, para modelos digitais, em que há uma maior conexão com os consumidores e, por consequência, melhores resultados. A sua empresa também já está acompanhando essa tendência? Conte-nos suas experiências na seção de comentários.